Planejamento (III) – Estratégias de Guerra

guerras-medicas

Para o momento decisivo do confronto é necessário estar preparado

O conjunto de batalhas vencidas ou apenas daquelas que se destacam pela sua importância no resultado final pode determinar a vitória numa guerra. O conflito armado surge sempre de outro conflito, seja ele político, religioso ou econômico. É a síntese para se determinar o vencedor e o vencido, consequentemente de qual ideologia ou interesse dentre os conflitantes prevalecerá.

Em uma guerra vários de seus elementos são determinantes para conduzir à vitória e situam-se sempre num cenário de números grandiosos que envolvem conceitos que em muito podem ser associados ao mundo corporativo dos projetos. Pois vejamos.

A população de um país será a fonte principal dos recursos humanos, tanto para servir às frentes de batalha quanto à continuidade da produção interna de bens e insumos necessários aos exércitos. É o que se chama na teoria econômica de “o arado ou a espada”. E não só o quantitativo deve ser pensado, mas também a capacitação para lidar com artefatos de guerra, pois imagine um camponês que vai para a frente de batalha e pela primeira vez troca décadas de trabalho duro na enxada pelo primeiro uso real de um rifle.  

segunda_guerra_orange-NaziPartyDay_1934c

Exércitos mobilizam até milhões de soldados

As tropas que avançam ou resistem precisam continuamente de serem supridas.  Pesados arsenais com todas as munições e armas, roupas, alimentação, equipes de apoio, infraestrutura para transporte de cargas etc. devem acompanhar com precisa sintonia cada movimento da armada sob pena de comprometê-la em sua vital segurança. Tudo isso resume o que se pode chamar logística. Na Guerra dos Farrapos (século XIX, liderada pela classe dominante gaúcha, formada por fazendeiros de gado, que usou as camadas pobres da população como massa de apoio no processo de luta) a logística teve um caso marcante: Garibaldi atravessa noventa quilômetros de terras, entre o rio Capivari e a lagoa de Tramandaí transportando sob duas carretas puxadas por 200 bois, os lanchões Farroupilha e Seival, dentro da operação conhecida como Invasão de Santa Catarina. O Farroupilha veio a afundar em seguida na costa gaúcha devido a uma tempestade. Além disso, uma situação que merece destaque foi a extrema carência de materiais bélicos que acompanhou os riograndenses durante toda a guerra.

segunda_guerra_

Em uma guerra não são somente os soldados que precisam se movimentar.

Também em uma guerra não se deve subestimar o valor do oponente. Vencê-lo nunca será uma questão de tempo e sim do quanto houve de preparação para atingir esse feito. Daí surge a estratégia.

A própria palavra nos mostra em sua formação a forte ligação com esse tema. Ela é originária da junção das palavras stratus e ego. Stratus é camada, fileira, que para os gregos há dois mil anos atrás significava exército.Ego é líder, general. Portanto, estratégia era a arte do general em conduzir os exércitos para a vitória. Nos anos 60 essa forma de pensar foi alçada para o mundo corporativo, sofrendo as adaptações necessárias e sem perder a essência de seu objetivo. Esse foi o brilhante trabalho primeiramente proposto por Harvard. Surgiu assim a estratégia empresarial com foco adicional no ambiente externo das empresas, o domínio do conhecimento daquilo que as envolvem, e de onde deriva a estratégica análise SWOT.

O presente do inimigo

Cavalo de Troia: uma estratégia e o fim de uma guerra de dez anos

Muitas podem ser as estratégias desenvolvidas, seja na guerra ou no ambiente corporativo. Há bons exemplos para se estudar como na vitória dos gregos frente aos persas (história dos “300”) ou na resistência russa planejada em Stalingrado quando da invasão das tropas de Hitler, na Segunda Guerra. Mas o que não se pode negar é a sua vital importância como forma de planejar o caminho que levará (ou com as maiores chances de levar) à vitória. Ter-se-ão, assim, exércitos vencidos ou empresas vitoriosas.

Portanto, PLANEJE!

Um forte abraço e um bom dia.

J. Dimas

blog.gpfdp@yahoo.com.br

Referências:

1. Joel Souto-Maior, in “Manual de Planeação Estratégica e Comunicativa – PEC”;
2. Ivar Hartmann, in “Aspectos da Guerra dos Farrapos”;
3. http://www.sohistoria.com.br/ef2/revolucaofarroupilha/
 

Deixe um comentário